Após se emocionar ao ver Arthur Zanetti conquistar a medalha de ouro olímpica na ginástica artística, nesta segunda-feira, o técnico Marcos Goto, cobrou mais apoio aos esportes menos populares fora das épocas de competição. Para o treinador, os investimentos voltados apenas para o futebol, ou apenas em época de Olimpíada, não são suficientes para garantir um bom saldo de medalhas ao País.
"Espero que essa medalha seja um divisor de águas, e que todo o trabalho, todo o apoio para a ginástica no País mude, e que mude para melhor. (...) Todos os treinadores que trabalham com ginástica sabem que o nosso país não é fácil. (É preciso) Mais apoio para outras modalidades. Nós já somos o país do futebol, mas só com futebol e Olimpíada você não consegue fazer milagre não", disse o técnico, em entrevista após a vitória do atleta.
"Os ginastas que vão competir em 2016 já precisam estar prontos hoje. Não é algo do dia pra noite. Então nós temos que dar condições para chegar em 2016 melhor que neste ano", continuou o técnico, ao ser questionado sobre as perspectivas da ginástica artística na Olimpíada do Rio de Janeiro.
Goto treina a equipe de ginástica de São Caetano do Sul, na Grande São Paulo, e é técnico de Zanetti desde 1999. Apesar do tom crítico, o técnico voltou a falar da emoção em ver o atleta ser medalhista, e brincou que mesmo com o ouro a nota do ginasta poderia ter sido melhor.
"Ainda não foi a nota que eu queria. Queria que ele cravasse 16 (mil pontos), que foi o programado. Se ele tivesse acertado a descida teria fechado em 16, mas a medalha é o que importa", disse, aos risos.
O ginasta brasileiro fez uma apresentação praticamente impecável, alcançou 15.900 pontos e conquistou o ouro, superando o chinês Yibing Chen, campeão olímpico em Pequim e prata nesta segunda-feira. O bronze ficou com o italiano Matteo Morandi.
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